Novas Ameaças á comunidade.

Repassamos comunicado do CIMI que circula nas redes sociais, comunicando novas ameaças por parte da empresa:

Comunidade Mbya Guarani da Ponta do Arado volta a ser ameaçada por seguranças armados. Nas últimas noites e madrugadas, de forma insistente, homens armados que prestam serviço de segurança para o empreendimento Arado Velho, em Belem Novo, Porto Alegre, proferem ameaças de morte aos Mbya Guarani que vivem nas margens do Rio Guaíba, na praia que faz divisa com a área de terra requerida como sendo de ocupação originária, ancestral e imemorial. Os Mbya Guarani desde que retomaram a terra, em 18 de junho de 2018, sofreram atentados a tiros, foram ameaçados de morte e tiveram seus direitos de ir e vir cerseados pelos que se dizem donos do empreendimento imobiliário e que pretendem construir na região um condômino de luxo onde para abrigar famílias de classe média alta. Ao longo dos últimos meses pesou sobre os indígenas e seus apoiadores uma série de restrições inclusive do ponto de vista jurídico tendo em vista impedir a liberdade e a prestação de apoio, serviços e de solidariedade a comunidade que lá vive. Em fevereiro, depois de uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, atendendo pedido do Ministério Público Federal, se determinou que a demanda jurídica envolvendo indígenas e o empreendimento deve ser julgada e solucioda pela Justiça Federal. Concomitante a isso a Polícia Federal tornou-se responsável pelos inquéritos relativos aos ataques a tiros e as ameaças contra os Mbya. Na tarde de quarta-feira, 10 de abril e na tarde de domingo, 14 de abril as lideranças indígenas se dirigiram a Delegacia de Polícia Civil em Belém Novo, com o objetivo de registrar as reincidências por aqueles dos crimes de ameaças contra a comunidade. Espera-se que a Justiça Federal e a Polícia Federal tomem medidas no sentido de concluir as investigações e punir os responsáveis pelos ataques aos indigenas. Ao mesmo tempo reivindica-se que o governo federal atue no sentido de garantir segurança aos Mbya e de realizar os estudos de delimitação e identificação da terra requerida pelos Indígenas.

Porto Alegre, 14 de abril de 2019. Cimi Sul-Equipe POA.